quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A carta chegou!


...mas Deus sabe (ah! Ele sabe.) o quanto eu desejei que você tivesse fugido por 5 minutos daquela prisão voluntária e tivesse ido me dar um abraço, naquele Natal. Eu ficava proletando entender a minha intuição e estabelecia datas para me desligar da tua energia.
Fiquei ligeiramente feliz quando recebi teu telefonema insistindo que queria me buscar para comemorar seu aniversário, mesmo sabendo que eu não passava da ultima opção de diversão.
No Dia dos Namorados eu esperei ansiosa por qualquer coisa que me fizesse pensar que eu tinha alguma importância, mas ganhei apenas silêncio e omissão. Mesmo assim, amor de mulher e a mais perfeita forma de amor que existe. Nós mulheres perdoamos suas falhas, passamos por cima de nossas dores, defendemos nosso ser amado mesmo sabendo que ele está errado... e comigo não podia ser diferente. Eu apenas me fiz acreditar que havia um motivo muito importante para eu não estar ao seu lado naquele dia. E de fato havia, mas não era o motivo que eu desejava enxergar.
Cada vez que você inconsequentemente dizia que me amava eu me irritava profundamente com a certeza de que era mentira e vontade de que fosse verdade. Sentimentos em Guerra!
No dia do meu aniversário eu tinha o desejo louco, eufórico e infantil de ter você ao meu lado a noite toda. Bebendo, rindo, contando histórias, rindo... e num ato de ingenuidade fiz você me prometer que faria isso comigo. Você prometeu! Sumiu! Sequer me desejou felicidades...
Qualquer pessoa esperta teria entendido o recado ainda no Natal. Mas eu esperei um ano inteiro, recebi ligações inesperadas, ria quando você vinha cantar na porta da minha casa em plena madrugada, me sentia a mulher mais importante do mundo quando você dizia que me amava, achava que tudo aquilo não podia ser de mentira, porque era envolveente demais para ser uma farsa.
Enviei uma carta há meses... ela não encontrou seu destinatário e voltou para o meu endereço com a seguinte mensagem: Mais um Natal está chegando e você não merece essa presença que nunca chega. Siga em frente!
E eu segui!