segunda-feira, 24 de maio de 2010

Conto de Amor - Parte 3: Caminhando em círculo



O relacionamento irreal foi tomando forma. Uma forma um tanto disforme, confesso. Sendo levado na marra.
A moça que prometera a cura, aos poucos foi se mostrando um tanto quanto complicada em relação ao amor. Julgava pessoas pelas aparências, se recusava a participar do mundo real, transformava pequenos problemas em embates colossais, e cada vez mais enegrecia seus próprios pesadelos.
Enquanto isso, o rapaz de grande sorriso e coração apertado, seguia acreditando que aquele era mesmo o caminho certo. Num daqueles lapsos, em que a criatura teima em crer que o coração não sabe de nada, e acreditar que a razão entende de alguma coisa. Tolice!
Devo ter esquecido de comentar que antes desse relacionamento Netuniano, ele tentara incansáveis vezes pedir perdão ao seu verdadeiro amor, e ela (o amor), tentara incontestáveis vezes perdoar, mas sem sucesso. Ela sim, sabia que a razão é confusa, dava ouvidos apenas ao que o coração dizia. Dizia, não! Uivava.
Presenciei alguns telefonemas, mensagens dolorosas, daquelas que faz a gente pensar que está assistindo os ultimos capítulos da novela das 8. Mesmo com aquele sorriso gigante estampado na cara, eu sabia que ali, dentro dele, habitava uma dor da qual eu já era íntima, de tempos atrás. Dor esta, que eu queria muito ter abolido quando senti. Indesejável para qualquer ser que habite este mundo.
Cada resposta dela me dava uma sensação estranha. Muitos sentimentos misturados e uma culpa que nem me pertencia. Mas a cada palavra chorosa que ela discorria eu sentia a culpa dele, a raiva, a vontade de responder com má-criação, mas abafada pelo medo de nunca mais vê-la.
Na minha humilde opinião, nenhum sentimento vem desacompanhado. Amor, então, sempre vem ladeado de paixão, medo, saudade, ansiedade, tranquilidade, certeza, incerteza...
Os sentimentos são iguais a gente: carentes de companhia e inconstantes.

2 comentários:

Deise Anne disse...

Bonita historia. É a sua?

Ju Corrêa disse...

Nãoo. É de um amigo amado. Mais um dia eu conto a minha. Será uma bela história tbm. :)