quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sobre dores e amores.


Lendo o longo post da Nika, sobre o que os homens precisam aprender para conquistar a gente (www.naianeirene.blogspot.com), fiquei pensando algumas coisas que sinto sempre, mas tenho vergonha de dizer, na maioria das vezes.
Eu sinto muita inveja das mulheres de antigamente. É verdade, nós ganhamos independencia, auto-suficiencia, poder de decisão... ganhamos o mundo! Mas eu sempre quiz viver aquilo que as antigas viviam na íntegra: o cuidado.
Sempre quiz saber como é ter um pai que me preservasse, cuidasse de mim de verdade, me proibisse de sair, reclamasse das minha saias curtas e não me deixasse namorar antes dos 15 anos. Nunca soube o que era isso. Meu pai, mesmo, não deve nem saber a data do meu aniversário.
Minha mãe e minha avó, cuidaram de cada detalhe da minha vida, sem esquecer nenhum. Mas elas não tinham aquele bigode na cara, pra espetar quando beija o nosso rosto, e nem força pra carregar a gente nos ombros, tipo "briga de galo". Meu avô sempre fez o que podia para suprir essa necessidade, mas definitivamente, eu não era responsabilidade dele. Ele fez mais do que devia.
Claro que as mulheres de antigamente tinham o lado esquisito de suas vidas. Trabalhavam como umas condenadas, criavam milhões de filhos, e não podiam sequer decidir onde ir. Mas elas eram cuidadas pelos pais como um bem de valor e protegidas pelos maridos, apesar de tudo.
Eu sempre quiz um homem diferente, na minha vida. Nunca sonhei com príncipes encantados, de rostos finos, roupas alinhadas, muito dinheiro no bolso ou o carro mais bonito da cidade. E aliás, eu acho de verdade que homens que precisam dessas coisas para conquistar uma mulher, são uns pobres frustrados.
As pessoas não entendem minhas paixões. Porque eu sempre me encanto por gente estranha. Mas é porque eu tenho pavor de homens que contam quanto dinheiro tem na carteira, só para se exibir. Tenho horror de gente que mal tem como sustentar a gasolina, mas tem o carro mais caro da loja, acho cômico homens que conferem na sua frente com quantas mulheres já transou, como se isso fosse despertar em você algum sentimento de desejo.
Os homens de hoje, são resultado da mudança de comportamento das mulheres. Depois que começamos a fazer sozinhas as coisas que eles faziam por nós, eles ficaram totalmente desnorteados. Sem saber o que fazer. Deve ser complicado querer fazer as coisas por nós, sem nos fazer parecer bobas, ou com medo de agredir nossa independencia. Bom, eu gosto de ser boba. Podem abrir latas para mim, podem dirigir para mim e podem sim me abraçar a noite inteira numa festa, para ninguém mais encostar em mim.
Homens, por favor, sejam só... HOMENS. Façám só coisinhas bobas como saber o chocolate que a gente gosta ou elogiar nossa roupa. Nos peguem em casa, e não peçam pra nos encontramos em tal lugar, porque nos sentimos suas quando nos arrumamos e ficamos esperando vocês chegarem. Paguem a conta do restaurante, SIM, porque isso não é uma questão de guerra de sexos, e sim puro cavalheirismo, educação, cuidado, respeito, bem querer. É tudo meio brega, mas é verdade.
Não pintem as unhas de esmalte incolor, não façam luzes nos cabelos, não se preocupem com suas gorduras localizadas ou qualquer prática que deveria ser exclusivamente feminina. Não precisa ser o mais musculoso da academia, apenas nos abraçem quando estivermos chorando, e digam muito a palavra "minha": "Minha namorada"; "Minha mulher"; "Minha gostosa"; "Minha linda"...
Sejam protetores, sejam o que vocês nasceram para ser.

2 comentários:

Monique disse...

Desse jeito o meu namorado vai odiar você e a Naiane...kkkkkkk PUUUUUUURA verdade, Julieta! Eu concordo em tudo. Até, inclusive, no esmalte incolor (eles nem precisam disso). A gente gosta, sim, de ser cuidada, te ter atenção, de ser tratadas com zelo. :~ Nem precisa ser bonito e nem muito menos ter barriga sarada. Se for cheirosinho e gentil, já encanta.
Beijãaaaaaaao. ;**


P.S.: Eu tbm sempre quis saber como é "ter um pai que me preservasse, cuidasse de mim de verdade, me proibisse de sair, reclamasse das minha saias curtas"...

Vivi Alencar disse...

Um lindo texto, juliana. Quase todas nós mulheres sentimos a mesma falta de cuidados.Beijos